PÁGINA INICIAL
  Bate-Papo
  Jogos Online
  NOTÍCIAS DE CAPA
  O MUNDO
  BRASIL
  POLÍTICA
  CRESCIMENTO PESSOAL
  MEIO AMBIENTE
  BONS NEGÓCIOS
  CIDADE
  NOSSA GENTE
  CULTURA
  FOTOS DE SERRA TALHADA
  ESTUDANTES NA REDE
  CÂMARA DOS DEPUTADOS
  TRADUTOR DE LÍNGUAS
  LISTA TELEFÔNICA
  FALE CONOSCO
  LOGIN
  WEBMAIL
          SITES ÚTEIS
Genealogia Pernambucana
Site Política para Políticos
Site Gramsci
Jornal do Comércio
Concursos Públicos
Site Jurídico.com
Site Jornal Digital
Site Correio da Cidadania
Site Carta Capital
Site Caros Amigos
Site Futbrasil.com
História de Serra Talhada
Site da IstoÉ
Site Veja Online
Site O Dia
Estatística do site
Casa da Cultura Serra Talhada
Busca de CEP
Trabalhos Escolares
Cultura FM 92.9
Líder FM 93.5
Nova Gospel FM 105.9
Serra FM 87,9
VilaBela FM 94.3
A Voz do Sertão FM
MAL DE ALZHEIMER, A FALÊNCIA DO CÉREBRO

Por: José Antonio Séspedes
É singular ver a criatura entre dois mundos, se definhando do lado físico e crescendo no espiritual.
MAL DE ALZHEIMER, A FALÊNCIA DO CÉREBRO


Estudada a partir do início do século passado pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer a doença que passou a ser denominada como “Mal de Alzheimer” está se difundindo rapidamente. Na qualidade de leigo, tanto na área médica como no tratamento da senilidade, abordarei o tema motivado pela experiência vivenciada durante sete anos, o tempo que durou o calvário percorrido por um ente muito especial para mim.

O início

O comportamento vai se alterando, os reflexos se enfraquecendo e as manias aumentando, se fixando em algum ponto, as frases se tornam repetitivas. Perdendo o jeito habitual a pessoa muda a personalidade como alguém que encarna uma entidade estranha. A autocensura se extingue a ponto da criatura se tornar inconveniente, nesse estado ela não conhece mais ninguém, mistura os nomes embaralhando o passado com coisas imaginárias; enfim, os sintomas são de evidente loucura. Os que convivem têm a impressão de estar sonhando, tal o desconforto que fica no ambiente, os afazeres ficam para segundo plano, cada noite representa uma ameaça, quando menos se espera começa a gritaria, se apegando com alguma criancice o falatório se prolonga, até o remédio entrar em ação.

Os médicos e os remédios

O acompanhamento médico e os medicamentos são a âncora que evita de o barco se desgovernar de vez, porém com o passar do tempo as drogas vão perdendo a eficácia exigindo mudanças periódicas, do mesmo modo, quando o médico não corresponde às expectativas deve-se mudar.

Casa de repouso ou o próprio lar?

Internar ou manter o doente em casa é uma questão delicada e não deve ser analisada sob o fervor da emoção, tampouco com a frieza do escapismo. Cada situação é um universo que deve ser analisado intimamente.

Aprendendo com a doença

É preciso encará-la como uma missão que nos foi atribuída, e foi desta forma que as coisas foram mudando. Aprendemos que o tempo subtraído pelos cuidados dispensados ao portador da enfermidade não fazia falta e nossa postura perante a vida mudara, nos deixando mais realistas. Não há faculdade ou escola que possam ensinar o que se passa na transição entre o cérebro e a alma, somente o protagonista se apodera do conhecimento, aos coadjuvantes, cabem as migalhas da observação, e foi isso que eu fiz apanhar as sobras do processo. Enquanto o cérebro agoniza, as experiências passadas começam a travessia migrando para a outra margem, é como alguém que transporta num barco sua bagagem, deixando para traz o que não será usado. É singular ver a criatura entre dois mundos, se definhando do lado físico e crescendo no espiritual.

Epílogo

Optando pela não internação, a doença de Alzheimer criou situações inesperadas e nelas percorremos os extremos das emoções, a indignação se mesclava com a dor e a tristeza. No entanto, de repente éramos envolvidos pela ternura de um olhar que surgia em estado puro “dizendo”: _ “eu estou muito bem apesar da aparência”, nessas horas a vida mostrava seu lado oposto e, na ausência do sol, as estrelas nos consolavam.

Por mais que amamos, nesse estado de coisas a morte deixa de ser uma morada temida e passa ter um significado libertador, a porta que se abre para o pássaro voar. E assim, foi o derradeiro momento...

José Antonio Séspedes - www.outonos.com.br










MAL DE ALZHEIMER, A FALÊNCIA DO CÉREBRO


Estudada a partir do início do século passado pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer a doença que passou a ser denominada como “Mal de Alzheimer” está se difundindo rapidamente. Na qualidade de leigo, tanto na área médica como no tratamento da senilidade, abordarei o tema motivado pela experiência vivenciada durante sete anos, o tempo que durou o calvário percorrido por um ente muito especial para mim.

O início

O comportamento vai se alterando, os reflexos se enfraquecendo e as manias aumentando, se fixando em algum ponto, as frases se tornam repetitivas. Perdendo o jeito habitual a pessoa muda a personalidade como alguém que encarna uma entidade estranha. A autocensura se extingue a ponto da criatura se tornar inconveniente, nesse estado ela não conhece mais ninguém, mistura os nomes embaralhando o passado com coisas imaginárias; enfim, os sintomas são de evidente loucura. Os que convivem têm a impressão de estar sonhando, tal o desconforto que fica no ambiente, os afazeres ficam para segundo plano, cada noite representa uma ameaça, quando menos se espera começa a gritaria, se apegando com alguma criancice o falatório se prolonga, até o remédio entrar em ação.

Os médicos e os remédios

O acompanhamento médico e os medicamentos são a âncora que evita de o barco se desgovernar de vez, porém com o passar do tempo as drogas vão perdendo a eficácia exigindo mudanças periódicas, do mesmo modo, quando o médico não corresponde às expectativas deve-se mudar.

Casa de repouso ou o próprio lar?

Internar ou manter o doente em casa é uma questão delicada e não deve ser analisada sob o fervor da emoção, tampouco com a frieza do escapismo. Cada situação é um universo que deve ser analisado intimamente.

Aprendendo com a doença

É preciso encará-la como uma missão que nos foi atribuída, e foi desta forma que as coisas foram mudando. Aprendemos que o tempo subtraído pelos cuidados dispensados ao portador da enfermidade não fazia falta e nossa postura perante a vida mudara, nos deixando mais realistas. Não há faculdade ou escola que possam ensinar o que se passa na transição entre o cérebro e a alma, somente o protagonista se apodera do conhecimento, aos coadjuvantes, cabem as migalhas da observação, e foi isso que eu fiz apanhar as sobras do processo. Enquanto o cérebro agoniza, as experiências passadas começam a travessia migrando para a outra margem, é como alguém que transporta num barco sua bagagem, deixando para traz o que não será usado. É singular ver a criatura entre dois mundos, se definhando do lado físico e crescendo no espiritual.

Epílogo

Optando pela não internação, a doença de Alzheimer criou situações inesperadas e nelas percorremos os extremos das emoções, a indignação se mesclava com a dor e a tristeza. No entanto, de repente éramos envolvidos pela ternura de um olhar que surgia em estado puro “dizendo”: _ “eu estou muito bem apesar da aparência”, nessas horas a vida mostrava seu lado oposto e, na ausência do sol, as estrelas nos consolavam.

Por mais que amamos, nesse estado de coisas a morte deixa de ser uma morada temida e passa ter um significado libertador, a porta que se abre para o pássaro voar. E assim, foi o derradeiro momento...

José Antonio Séspedes - www.outonos.com.br










© Copyright  Mário Olímpio 2003-2023
INDEXBrasil - Comunicação e Marketing.
Todos os direitos reservados, permitida a cópia de
conteúdos, desde que divulgada a fonte.
e-mail:redacao@serratalhada.net