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ECONÔMIA PERNAMBUCANA

Por: Deputado INOCÊNCIO OLIVEIRA
O crescimento do setor de tecnologia da informação é visto como um dos alavancadores do processo de crescimento da economia local de Pernambuco e deve seguir pari passu com o crescimento do varejo e das áreas médico-hospitalar e universitária.
O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL/PE pronuncia o seguinte discurso.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados: Nos últimos anos, a economia de Pernambuco apresentou índices muito baixos de crescimento, mas a sua estrutura se modificou, sensivelmente, passando a depender mais diretamente do setor terciário, que já responde por mais de 61% da formação do seu PIB.
O setor terciário é dos mais avançados da região, composto por um varejo variado e sofisticado e as cadeias do Pólo Digital e do Pólo Médico (modernos hospitais e casas de saúde), ao lado das Universidades privadas.
Recente estudo divulgado pelos economistas Leonardo Guimarães Neto, da Consultoria Economia e Planejamento (Ceplan) e João Policarpo, da Universidade Federal de Pernambuco, apontam essas novas tendências.
A pesquisa foi realizada em 2003 e, além de reunir dados de vários setores da produção, ouviu mais de 70 técnicos e empresários das áreas de serviços educacionais, médico-hospitalares, informática, varejo, comunicação e “marketing”.
Verificando os números da pesquisa, observa-se que de 1985 para 2000 a participação do terciário no PIB estadual subiu de 51% para 61%, enquanto a participação do secundário (indústria) caiu de 35% para 31% e do setor primário (agricultura e pecuária) de 14% para 8%.
O setor terciário, já em 2000, chegou a empregar cerca de 667 mil pessoas com carteiras assinadas (CTPS), um aumento de 3,9%, comparativamente ao ano de 1994. Em termos de registro de empresas (na JUCEP), o número subiu de 25,6 mil empresas em 1994 para 42,6 mil no ano de 2000.
O crescimento do setor de tecnologia da informação é visto como um dos alavancadores do processo de crescimento da economia local de Pernambuco e deve seguir pari passu com o crescimento do varejo e das áreas médico-hospitalar e universitária.
O comércio confirma a vocação mercantil do Recife, pois as empresas do ramo representam 45,4% do setor terciário, segundo a pesquisa. O varejo chamado moderno responde por essa expansão. São os “shopping centers”, os hipermercados e lojas de conveniência que surgem em vários bairros da capital do Estado e também nas cidades de médio porte, no interior.
Para ter-se uma idéia desse crescimento, basta lembrar que o Shopping Center Recife – um dos primeiros do Nordeste – já está na sua quarta etapa de expansão.
O Pólo Médico do Recife é um referencial importante na medicina brasileira. Em 2000, o setor gerava 19 mil empregos diretos em 1.825 estabelecimentos. Sua capacidade instalada precisa, contudo, ser melhor aproveitada e a tendência é para a formação de um “cluster”, com a junção ou associação de algumas empresas, a nível regional. Outro aspecto a considerar é a instabilidade da prestação de serviços pelos Planos de Saúde privados, que não só remuneram por tabelas de baixos preços, como também se apresentam inadimplentes junto aos Hospitais e Casas de Saúde em prazos insuportáveis pelos estabelecimentos.
Programas de crédito, através do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste podem contribuir para dar mais suporte ao setor terciário e, nesse sentido, quero registrar o programa chamado de “Cresce Nordeste” do BNB, que pretende aplicar 3 bilhões de reais na região. Trata-se de uma linha de crédito com juros baixos e prazos mais longos para pagamento, abrangendo não apenas o setor terciário, mas também a agricultura, a pecuária, a carcinicultura, fruticultura e turismo. Outra linha de crédito lançada pelo Banco do Nordeste foi o FNE Capital de Giro, com uma dotação inicial de 380 milhões de reais. Especificamente para o turismo do Nordeste, quero referir-me ao PRODETUR, em parceria com o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e recursos disponibilizados de 400 milhões de dólares.
Esses indicadores, Sr. Presidente, mostram tendências de revigoramento econômico, mas para sua concretização é preciso que haja um clima favorável aos investidores privados, que passa, necessariamente, pela estabilidade política e institucional.
Muito obrigado!
Sala das Sessões, em 30 de março de 2004.

Deputado INOCÊNCIO OLIVEIRA
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