Por: Deputado INOCÊNCIO OLIVEIRA Há 40 grandes empresas exportadoras no Brasil, destacando-se, em primeira linha, a Sadia, a Perdigão, a Seara, a Frangosul, a Bertin, a Aurora, a Avipal, Moinhos Cruzeiro do Sul, entre as principais que detêm boa parte do mercado externo.
O Sr. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL/PE) Pronuncia o seguinte discurso: – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados: O Brasil se transformou de uns tempos para cá, e apesar das tentativas de desestabilização no campo promovidas pelos movimentos – hoje vários – dos chamados “sem terra”, no maior exportador mundial de carnes, à frente mesmo da Austrália, que antes dominava o mercado. Já é o segundo maior fornecedor de carnes de frango, o terceiro de carne bovina e o quarto de suina. As exportações do chamado “complexo de carnes” poderão atingir cerca de 5 bilhões de dólares em 2005. Em 2002, alcançaram 3,1 bilhões de dólares.
São vários e muito favoráveis os fatores que concorrem para essa posição privilegiadíssima do Brasil: condições de clima, extensas áreas de pasto, baixos custos de manejo e produção, modernas técnicas de criação, monitoramento da saúde animal para prevenir doenças, principalmente a aftosa, e tecnologia avançada no abate e acondicionamento dos produtos.
Há 40 grandes empresas exportadoras no Brasil, destacando-se, em primeira linha, a Sadia, a Perdigão, a Seara, a Frangosul, a Bertin, a Aurora, a Avipal, Moinhos Cruzeiro do Sul, entre as principais que detêm boa parte do mercado externo.
As perspectivas de novos negócios com a Rússia e a entrada da China, mais agressivamente, no circuito comercial do Brasil, são muito otimistas para o setor, nos próximos meses.
Vê-se que o agronegócio floresce no País e isto a despeito de uma certa prevenção de alguns círculos oficiais que identificam o pecuarista e o lavrador com os bastiões do “reacionarismo” e do “conservadorismo” rural, desconhecendo que o setor primário brasileiro detém uma avançada tecnologia e é objeto de estudo e análise nos Estados Unidos e na “Europa dos 15” agora, “dos 25”.
Não é sem razão que se assestam as baterias dos países concorrentes contra o agronegócio do Brasil, mas estamos nos impondo nos foros internacionais. Exemplo disso foi a recente decisão da OMC – Organização Mundial do Comércio ao julgar que o Brasil está certo em pedir modificações nos bilionários subsídios que os Estados Unidos concedem aos seus produtores de algodão. A cotonicultura brasileira voltou a crescer e o Pais está em condições de abastecer o mercado têxtil interno, o que antes não ocorria.
Os subsídios nos EE UU funcionam como um poderoso redutor de preços nas exportações, e por essa razão, os norteamericanos conseguiram uma parcela de 40% do mercado mundial de algodão.
Se a situação da cotonicultura brasileira é vulnerável ao “dumping” do produto norteamericano subsidiado, o que se dirá do algodão do Benin e de Burkina Fasso, países que dependem desse produto para os seus orçamentos públicos?
O PIB agropecuário do Brasil é uma das fontes do nosso otimismo quanto ao futuro econômico do País. Apesar das restrições à entrada dos nossos produtos na Europa e nos Estados Unidos, o PIB agropecuário do Brasil cresceu, dizem as publicações especializadas, cerca de 31,4% em 2003. Nas exportações essa participação é crescente: no ano passado, os embarques para o exterior atingiram 30,7 bilhões de US$, representando cerca de 42% das vendas externas. A produção agrícola poderá chegar ao nível de 125,5 milhões de toneladas em 2004, mais do que em 2003.
Por todas essas razões, Sr. Presidente, quero congratular-me com a ação do Itamaraty junto à OMC e nas rodadas de Doha, iniciadas há 2 anos e meio no Catar, e também com a política seguida pelo Ministério da Agricultura, só tendo a lamentar que o Governo não venha agindo, com mais firmeza, na contenção dos movimentos de invasão de terras e constrangimento aos produtores rurais, em todo o País.
Muito obrigado!
Sala das Sessões, 04 de maio de 2004.
Deputado INOCÊNCIO OLIVEIRA
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