Por: Deputado INOCÊNCIO OLIVEIRA O estaleiro destinar-se-á à construção de navios petroleiros e de transporte de “contamines” e de plataformas de petróleo.
O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL/PE pronuncia o seguinte discurso.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados: Quero saudar aqui, desta tribuna, o Governador do meu Estado natal, Doutor Jarbas Vasconcelos, pela extraordinária iniciativa que teve ao liderar os entendimentos que conduziram à assinatura do “Protocolo de Construção do Estaleiro Naval no Porto de Suape” com a empresa Camargo Corrêa que, desse modo, consolida – e de forma definitiva – o complexo industrial-portuário de Suape, no Sul do Recife e cuja construção, financiada em grande parte com recursos financeiros do próprio Estado, vem desde os idos de 60, do Governo Eraldo Gueiros. É preciso que se faça essa justiça na História e pela História, aí incluindo os governadores Moura Cavalcanti, Marco Maciel, Roberto Magalhães, Miguel Arraes, Joaquim Francisco e, agora, Jarbas Vasconcelos. Criando uma infra-estrutura rodoviária da melhor qualificação técnica – com destaque para a BR 232, bancada, também, com recursos próprios do Governo do Estado, advindos da venda de ativos do Estado, em particular da CELPE – pôde o Governador Jarbas Vasconcelos oferecer aos investidores as condições ideais de justificação técnica e viabilidade econômica do empreendimento, além de comprometer-se com a ampliação da infra-estrutura do Porto de Suape, já em construção: mais 300 metros de cais, a duplicação da avenida portuária e o edifício da Central de Operações Portuárias, todas instalações que ampliarão a capacidade operacional de Suape. O estaleiro destinar-se-á à construção de navios petroleiros e de transporte de “contamines” e de plataformas de petróleo. A escolha de Suape não foi acidental para esse tipo de empreendimento. O Porto situa-se na rota estratégica dos petroleiros e dos navios mercantes que demandam a Europa e o Oriente Médio. É, também, um local ideal, por sua localização, para reparos de navios, que naveguem nas rotas do Atlântico Sul – Atlântico Norte e vice-versa. A previsão da empresa Camargo Corrêa é iniciar a construção em 2005, mas estudos técnicos mais conservadores apontam para o início em 2007. Não me cabe, aqui, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, dimensionar em detalhes o impacto econômico e social desse projeto, mas não será exagero estimar que 5000 empregos diretos serão criados e mais 25 mil empregos, indiretamente, com a instalação de indústrias-satélites, que incluem as indústrias metalo-metalúrgicas, oficinas de pintura e tratamento de superfícies, usinagem, caldeiraria, tubulações, estações de tratamento d’água, produção de motores auxiliares, além do setor terciário, que ser verá reforçado no eixo Cabo-Recife e no entorno do Suape: “shopping centers”, moradias, áreas de lazer e centros de gastronomia e turismo. O Governo do Estado preocupa-se, desde agora, com a formação e capacitação de mão-de-obra e, para isto, espera contar com o apoio do SENAI e da Universidade Federal de Pernambuco, além da própria Universidade Estadual de Pernambuco na preparação de quadros de nível superior e médio. Tem muita razão o Governador Jarbas Vasconcelos quando aponta os níveis de excelência em que se situa, hoje, o Estado de Pernambuco (v. artigo no Diário de Pernambuco, de 08.08.04): “Temos uma posição geo-estratégica privilegiada, somos um pólo acadêmico e tecnológico de excelência, desenvolvemos atividades de ponta na área da ciência e tecnologia da informação e dispomos de múltiplas potencialidades econômicas e de uma rica diversidade cultural.” Desde 1955, a Comissão de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco – hoje, CONDEPE – preocupava-se com o planejamento de ações estruturadoras da economia estadual e, nessa linha, contratou os serviços de uma equipe do Grupo “Economia e Humanismo”, da França, liderada pelo padre Louis Joseph Lebret aponta nesse documento dois projetos da maior importância para alavancagem econômica de Pernambuco: a instalação de uma Refinaria de Petróleo – projeto, hoje, retomado por um grupo privado, a Renor, com a possível parceria da PDVSA, da Venezuela – e a construção de um estaleiro naval, mostrando que a estrutura do país, com as suas capitais quase todas na costa, é “a de um país de cabotagem”. Ressaltava Lebret: “As Capitais estão quase todas situadas na costa, as comunicações e as trocas de produtos, pela costa, tornam-se mais rápidas, superando a rodovia e a ferrovia que são mais onerosas. A frota de navios de cabotagem está envelhecida e em vias de desaparecer; a cabotagem no Brasil está atualmente em regressão, mas pensamos que é um recuo provisório, que se prende à organização. Embora se possa discordar da visão de Lebret quanto ao custo do transporte ferroviário, não se pode deixar de dar-lhe razão, quando aponta os altos custos do transporte rodoviário sobre o qual se assenta a economia nacional e que tantos estrangulamentos e problemas têm trazido ao escoamento da nossa produção agropecuária e industrial. Fica, assim, o registro de que, no Governo de Pernambuco, há, desde muito tempo, uma “cultura” de aceitação de que os dois projetos estruturadores da economia local – a Refinaria de Petróleo e o Estaleiro Naval – se inserem no planejamento de qualquer administração, seja qual for a sua cor partidária e, juntos, vamos procurar viabilizá-lo para que mais oportunidades de emprego e renda sejam oferecidas ao nosso povo. Muito obrigado! Sala das Sessões, em 06 de outubro de 2004. Deputado INOCÊNCIO OLIVEIRA
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