Por: Curso de Ciências Econômicas/FAVIP A pesquisa tem como base a metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese.
O Curso de Ciências Econômicas da Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP)
lança o índice da cesta básica para a cidade de Caruaru – PE. A pesquisa tem como base a metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, e nesta terceira edição revelou que o valor da cesta básica em julho foi de R$ 185,11. Em relação a junho, o valor da cesta básica caruaruense sofreu uma deflação de 2,83%. Tabela 1: Valores médios dos componentes da cesta básica de Caruaru Julho de 2008 (R$) Produtos Qtde/mês (1 adulto) Preços médios unitários Preço médio mensal: preços /médios unitários x quantidades mensais consumidas por um adulto Carne (kg) 4,5 - kg 10,19 - 45,87 Leite (l) 6,0 l 1,43 8,57 Feijão (kg) 4,5 kg 5,06 22,78 Arroz (kg) 3,6 kg 2,23 8,03 Farinha (kg) 3,0 kg 1,46 4,39 Tomate (kg) 12,0 kg 3,02 36,27 Pão (kg) 6,0 kg 6,13 36,78 Café (kg) 300 g 2,62 3,14 Banana (unid.) 90 unid 1,29 9,68 Açúcar (kg) 3,0 kg 1,10 3,31 Óleo (l) 750 ml 3,23 3,23 Margarina (kg) 750 g 1,02 3,06 TOTAL - 38,79 185,11 Fonte: ICBC – Ciências Econômicas/FAVIP. Considerando os preços dos 12 itens da cesta apresentados acima, os que apresentaram peso maior na determinação do valor total da cesta foram a carne (24,78%), o pão (19,87%), o tomate (19,59%) e o feijão (12,31%). Para comprar a carne o caruaruense precisou desembolsar em média, R$ 45,87, para adquirir o tomate, R$ 36,27, o pão R$ 36,78, e o feijão R$ 22,78. Das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, 14 apresentaram inflação e 2 apresentaram deflação (Goiânia e Recife). O índice de Caruaru então, seguiu a tendência de queda observada também na capital pernambucana. O valor da cesta básica de Caruaru em julho (R$ 185,11) apresentou uma queda de 2,83% em relação a junho (R$ 190,51). O declínio do valor da cesta da capital foi de 1,74% (de R$ 200,85 em junho para R$ 197,35 em julho). Ao compararmos o valor da cesta de Caruaru em julho com a de Recife, apurou-se que a cesta recifense é mais cara que a caruaruense em R$ 12,24. O gráfico 1 revela o comportamento do valor da cesta básica de Caruaru em relação às cestas do Brasil, Nordeste e Recife. Fica claro que o comportamento do índice de Caruaru segue a tendência nacional, nordestina e recifense nos meses de maio e junho, exceto no mês de julho quando a cesta caruaruense acompanha apenas a deflação da capital. 2 Gráfico 1 - Evolução do índice da cesta-básica no Brasil, Nordeste, Recife e Caruaru 222,45 199,3 185,11 217,8 209,63 190,8 196,85 196,62 197,35 200,85 190,51 186,07 150 200 250 Maio Junho Julho Brasil Nordeste Recife Caruaru CONSIDERAÇÕES ECONÔMICAS A cesta básica de Caruaru seguiu a tendência de deflação de 2 capitais, Goiânia e Recife. Dos produtos pesquisados, a maioria apresentou queda nos preços. A maior queda de preço foi proporcionada pelo feijão (-10,28%) e conforme mostra a tabela 2, o arroz, o café, a banana, o açúcar e a margarina foram os únicos produtos que apresentaram elevação nos preços de junho para julho. O café foi o item que apresentou a maior elevação (24,17%) e o preço do pão manteve-se estável. Tabela 2: Variação dos preços médios unitários/unidade de medida dos itens da cesta básica de Caruaru Jun - Jul de 2008 Produtos Preço médio unitário (junho) R$ Preço médio unitário (julho) R$ Variação (Em %) Carne (kg) 10,85 10,19 -6,08 Leite (l) 1,47 1,43 -2,72 Feijão (kg) 5,64 5,06 -10,28 Arroz (kg) 2,18 2,23 2,28 Farinha (kg) 1,49 1,46 -2,01 Tomate (kg) 3,09 3,02 -2,26 Pão (kg) 6,13 6,13 0,00 Café (kg) 2,11 2,62 24,17 Banana (unid) 1,25 1,29 3,2 Açúcar (kg) 1,03 1,10 6,8 Óleo (l) 3,36 3,23 -3,87 Margarina (kg) 0,99 1,02 3,03 TOTAL 39,59 38,79 12,26 Fonte: ICBC – Ciências Econômicas/FAVIP. 3 A tabela 3 apresenta a variação percentual do gasto mensal dos componentes da cesta básica de Caruaru em Junho e Julho. A maioria dos itens apresentou queda no desembolso mensal. O feijão, por exemplo, apresentou o maior percentual de queda do gasto mensal com -10,23%, seguido da carne com -6,06%, do óleo com -3,91%, do leite com 3,04%, do tomate com -2,09% e da farinha com -1,68%. Por outro lado, dos itens que apresentaram maiores desembolsos mensais, o maior foi o café com 24,24%. Desta forma, a magnitude da deflação, no entanto, superou a da inflação, fazendo com que o valor total da cesta apresentasse queda. Comparando as tabelas 2 e 3, constata-se que houve uma convergência dos itens que tiveram seus preços aumentados tanto na aquisição mensal quanto na aquisição unitária dos bens. O mesmo verificou-se para os bens que sofreram queda de preços. Tabela 3: Variação mensal dos gastos dos itens da cesta básica de Caruaru Jun / Jul de 2008 Produtos Jun/08 Jul/08 Variação (%) Carne (4,5 Kg) 48,83 45,87 -6,06% Leite (6,0 l) 8,84 8,57 -3,04% Feijão (4,5 Kg) 25,38 22,78 -10,23% Arroz (3,6 Kg) 7,86 8,03 2,16% Farinha (3,0 Kg) 4,46 4,39 -1,68% Tomate (12,0 Kg) 37,04 36,27 -2,09% Pão (6,0 Kg) 36,78 36,78 0,00% Café (300g) 2,53 3,14 24,24% Banana (90 unid.) 9,37 9,68 3,32% Açúcar (3,0 Kg) 3,08 3,31 7,59% Óleo (750 ml) 3,36 3,23 -3,91% Margarina (750 g) 2,98 3,06 2,67% TOTAL 190,51 185,11 -2,83% Fonte: ICBC – Ciências Econômicas/FAVIP. Na tabela 4 abaixo, apresentam-se os custos e as horas trabalhadas para a obtenção da cesta básica de Caruaru nos meses de maio a julho, além dos salários mínimos necessários. Tabela 4: Custo e horas trabalhadas para obtenção da cesta básica em Caruaru e salário mínimo necessário Maio, junho e julho de 2008 Mês Valor da cesta Horas trabalhadas Salário mínimo necessário Maio 186,07 98h 25min 1.563,19 Junho 190,51 100h 59min 1.600,47 Julho 185,11 98h 8min 1.555,15 Fonte: ICBC – Ciências Econômicas/FAVIP. Para pagar o valor apresentado pela cesta básica, o assalariado caruaruense precisou trabalhar em julho, 98 horas e 8 minutos, uma queda de 2,82% em relação às horas trabalhadas de junho. 4 De acordo com o Ministério do Trabalho, se considerarmos que a jornada oficial de trabalho é de 220 horas mensais, o trabalhador de Caruaru em junho consumiu 45,5% de todo o seu tempo de trabalho só com as despesas de alimentação. Em julho, ele utilizou 44,9%. O salário mínimo necessário para suprir as necessidades básicas de uma família caruaruense, composta por quatro membros, em maio era de R$ 1.563,19, em junho aumentou para R$ 1.600,47 e caiu em julho para 1.555,15. Levando em consideração o Decreto-lei 399 de 30 de abril de 1938, o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer, previdência social e, de acordo com a Constituição Federal de 1988 (Art. 7º – IV), o salário mínimo além de suprir as necessidades básicas anteriormente definidas, deve sofrer reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo. Utilizando a metodologia do Dieese, que tem como base o Decreto-lei supracitado no que se refere à composição da Cesta Básica Nacional e à regulamentação do salário mínimo, pode-se estimar mensalmente o valor do salário mínimo necessário para suprir as necessidades do trabalhador e sua família. Uma família caruaruense, composta por quatro membros, deveria então receber um salário mínimo de R$ 1.555,15 em julho, valor que representa aproximadamente 3,75 vezes mais que o salário de R$ 415,00 em vigor atualmente. Além disso, o levantamento do preço da cesta básica mostra que só com a alimentação, o trabalhador caruaruense compromete 44,6% do seu atual salário. Em julho o salário mínimo deveria ser de R$ 1.555,15, cerca de 2,83% menor que o de junho. 5 NOTAS METODOLÓGICAS O cálculo da cesta básica segue a metodologia oficial do Dieese. Em Caruaru para apurar o valor mensal desta cesta, observou-se os seguintes passos: 1. Considerando o Censo Demográfico de 2000, a população caruaruense é de 253.634 habitantes. Para apurar os tipos de estabelecimentos de compra da população, selecionou-se uma amostra de 402 levando em consideração um nível de confiança de 95%; 2. Foram elaborados e aplicados 402 questionários em todos os bairros de Caruaru com distribuição proporcional pela população residente em cada bairro; 3. Os questionários foram tabulados e observou-se em que tipos de estabelecimentos a população compra os itens da cesta básica; 4. Definida esta fase foram computados os bairros destes estabelecimentos e selecionados os tipos mais procurados em cada bairro; 5. Após esta fase, os alunos pesquisadores foram aos estabelecimentos munidos de documentação da instituição para apurar as marcas mais vendidas de cada item; 6. Após a aplicação deste questionário foram determinadas as marcas que teriam seus preços pesquisados a cada mês; 7. Definidos estabelecimentos e as marcas a pesquisa mensal de preços foi viabilizada e se repete a cada mês nos estabelecimentos determinados. 6 FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ÍNDICE DA CESTA BÁSICA DE CARUARU (ICBC-CE/FAVIP) Coordenação Científica Prof. José Valdecy Guimarães Júnior Alunos de Iniciação Científica (Entrevistadores) Alexsandro Morais Oliveira Daniele Leite da Silva Edja Ferreira de Souza Elizabeth Juliane Diniz Silva Josefa Andrelly de Lima Maria Adriana da Silva Marília Galiza de Alencar Santana Verônica Queiroz Ponciano Coelho Pesquisadores Prof. Rosângela Palhano Ramalho Prof. Saulo André dos Santos BOLETIM MENSAL DO ÍNDICE DA CESTA BÁSICA DE CARUARU Elaboração e redação Prof. José Valdecy Guimarães Júnior Prof. Rosângela Palhano Ramalho Prof. Saulo André dos Santos Divulgação Curso de Ciências Econômicas/FAVIP ____________________________________ Contato: ICBC-CE/FAVIP Curso de Ciências Econômicas Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP) Av. Adjar da Silva Casé, 800. Indianópolis/Caruaru - PE CEP: 55024-901 – Fone: (81) 3722.8080 E-mail: icbc_ce@favip.edu.br |