Por: Deputado INOCÊNCIO OLIVEIRA caprinocultura e a ovinocultura em Serra Talhada e sertões do Pajeú e Moxotó
O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL/PE pronuncia o seguinte discurso.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados: Os dados sobre o crescimento da economia no primeiro trimestre do ano provocaram um excesso de euforia nos círculos oficiais que ainda não justifica a política de produzir superávites primários à custa da contenção dos investimentos em infra-estrutura. O que ocorreu foi o registro de modestíssimos 1,6% relativamente ao final de 2003 e queira Deus que esse ritmo se mantenha de modo sustentável para que a taxa de desemprego se reduza e novas oportunidades de trabalho sejam criadas em todo o país. Todavia, o consumo das famílias cresceu modestamente: apenas 1,2% na comparação com o primeiro trimestre de 2003. Todos os analistas econômicos apontavam, neste último fim de semana que, a persistir a tendência, a economia crescerá entre 3,5% e 4,0% em 2004 e é bom que isto aconteça, pois a violência que impera em nossas cidades é subproduto da crise econômico-social que já atinge, dramaticamente, a classe média brasileira. Basta ver a Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, divulgada na penúltima semana de maio, para registrar que a renda média das famílias passou de R$ 2.630,00 em 1996, para R$ 2.154,00 em 2003, descontada a inflação do período. Infelizmente, nessa estatística negativa, Recife, entre as metrópoles do país, é a que apresenta menor rendimento familiar – R$ 1.321,00 – contra R$ 1.523,00 de Fortaleza e R$ 1.734,00 de Salvador, para citar apenas duas capitais da região Nordeste. Mas, Sr. Presidente, apostemos nesse ritmo de crescimento continuado da economia nacional, que é ainda um dos menores entre os países emergentes, para que o eixo do emprego se desloque das regiões metropolitanas do Sul e Sudeste para as cidades de médio e pequeno porte no interior do país, em particular no Nordeste e Norte O DIARIO DE PERNAMBUCO destacava, recentemente, uma tendência naquele Estado de criação de mais empregos no interior: considerando o período de abril de 2003 a março de 2004, criaram-se 12.500 vagas no interior, de um total de 17.300 em todo o Estado. A estatística é confiável, pois se baseia nas CTPS assinadas. É sinal de que muitas empresas se estão instalando em Municípios do interior ou vizinhos às capitais para aproveitar incentivos locacionais e também fugir dos problemas que afligem os trabalhadores de áreas metropolitanas: violência, longa jornada de casa para o trabalho, transporte público deficiente, tudo concorrendo para o estresse emocional, que é causa maior da queda de produtividade do trabalhador urbano. Destaca a análise do jornal que “antes concentrada nos grandes centros urbanos, a mudança geográfica do emprego se deve à saturação do mercado de trabalho na cidade”. Houve, também, a criação de novos nichos de mercado no interior, como por exemplo, o agronegócio. Esta é uma realidade no país, responsável pelo crescimento das nossas exportações e o superávit na balança comercial. Em Pernambuco, posso citar como novos pólos de criação de emprego no interior a vitivinicultura no São Francisco, o pólo gesseiro, as médias e pequenas indústrias do Distrito Industrial de Caruaru, o pólo sulanqueiro de Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, que já é um eixo importante no setor da indústria de vestuário no Nordeste, a retomada da cultura algodoeira no Agreste Setentrional, a caprinocultura e a ovinocultura em Serra Talhada e sertões do Pajeú e Moxotó e o crescimento do setor de serviços, incluindo a indústria hoteleira em Garanhuns. Uma política de incentivos fiscais e de vantagens locacionais, voltada para o fomento do emprego no interior do país, faria que o país retomasse o crescimento do PIB. E nisso o papel de fomento do Governo, a todos os níveis, é fundamental. Muito obrigado! Sala das Sessões, em 02 de junho de 2004. Deputado INOCÊNCIO OLIVEIRA
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