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Caracterização do Agribusiness na Cidade de Serra Talhado-PE

Por: Alex de Souza Magalhães1; Lindalva Silva Correia Maia
De acordo como o IBGE, Serra Talhada e uma das cidades do estado de Pernambuco que mais cresce ao ano.
Caracterização do Agribusiness na Cidade de Serra Talhado-PE: Identificando potencialidades e vulnerabilidades, que devem ser entendidas para uma gestão eficiente dos recursos produtivos.

Alex de Souza Magalhães1; Lindalva Silva Correia Maia1
UAST-UFRPE1 magalhaesalexsouza@gmail.com

Área: (Gestão do agronegócio)

Introdução

Segundo Bacha (2004), a Economia de uma determinada região geográfica pode ser dividida em três setores. O setor primário que é o setor produtor dos bens in natura ou pouco processados. Este setor utiliza como principais fatores de produção a terra e o trabalho. Neste contexto encontramos atividades como a agropecuária. Temos ainda o setor secundário, que é caracterizado por processar e combinar os produtos vindos do setor primário. Este setor é um grande utilizador de capital. Por último temos o setor terciário que é o setor produtor dos diversos serviços de uma economia. Esta divisão em três setores vem cada vez mais sendo questionada por diversos autores, pois, esta separação leva-se a pensar nestes setores de forma distintas e invioláveis, sem que existam interações entre eles.
Uma nova forma de pensar vem sendo discutida, na qual a interação entre os setores se torna cada vez maior e mais complexa. O conceito de Agribusiness surgiu neste contexto pela necessidade de modificar a idéia de que o setor primário é um setor isolado e apenas fornecedor de matérias primas.
Segundo ARAÚJO, os autores John Davis e Ray Galdbeny criaram este conceito para que se possa entender a nova realidade que vive o meio rural, e o Agribusiness ficou caracterizado como “o conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção, até o processamento e distribuição e consumos dos produtos agropecuários “in natura’ ou industrializados”.
Ainda conforme Bacha (2004), “O termo agronegócio é a tradução do termo Agribusiness e se refere ao conjunto de atividades vinculadas com agropecuária”.O Agribusiness no Brasil é uma atividade de fundamental importância, e isso pode ser demonstrado através de sua participação percentual no Produtos Interno Bruto (PIB), que esteve entre 27% nos anos de 2000 e 2001, sendo que na década de 1950 este valor ultrapassava a marca dos 50%. A cidade de Serra Talhada, lócus de nossa análise , está localizada no Sertão do Pajeú/Moxotó e tem demonstrado vocação para a agropecuária e o Agribusiness como importante fonte de renda para a cidade, apresentando ao mesmo tempo vulnerabilidades e potencialidade em certos aspectos.

Objetivos

O objetivo deste estudo é caracterizar e mapear a presença do Agribusiness em Serra Talhada, a fim de conhecer seus principais pontos favoráveis e desfavoráveis que possam ser considerados entraves ao processo de gestão eficiente. Tal estudo pode ser utilizado para entender o Agribusiness em cidades que tenham características semelhantes com Serra Talhada, e que se utilizam desta atividade para o desenvolvimento local.



Metodologia

A metodologia utilizada na elaboração deste trabalho dividiu-se em duas etapas: inicialmente foi feito um levantamento bibliográfico acerca do tema estudado e posteriormente, aplicação de roteiros de entrevistas. A leitura das fontes bibliográfica foi feita através de materiais escolhidos de forma estratégia, como livro, artigos e documentos, a fim de embasar teoricamente a formulação da pesquisa. A aplicação de roteiros de entrevistas foi feito objetivando encontra informações locais do Agribusiness, esta aplicação foi elaborada com pessoas-chave nesta atividade. O método de pesquisa utilizado foi o qualitativo, com a finalidade de inferência do maior número de informações possíveis.

Agradecimentos

A professora Lindalva Silva Correia Maia, Economista e atual coordenadora do curso de ciências econômicas da UFRPE/UAST, que me incentivou e orientou na referida pesquisa, sem a qual não seria possível, a conclusão deste trabalho.

Resultados e Discussão

Sendo Pizzolatti (2007), Megido & Xavier (2003), Araújo (Fauta) e Bacha (2004), o Agribusiness pode ser analisado seguindo três segmentos básicos: antes da porteira, dentro da porteira e depois da porteira. Antes da porteira, é o segmento produtor de todos os insumos (fatores de produção), onde também é elaborada boa parte da P&D usados na produção agropecuária.Dentro da porteira, é a produção dos bens in natura ou com baixo nível de industrialização.Depois da porteira, é onde se da, o processamento e distribuição dos produtos vindos da agropecuária.
Antes da porteira: Este segmento é caracterizado por toda produção de insumos necessários ao processo produtivo do segmento na porteira. Em Serra Talhada podemos dividir este segmento em duas partes: a primeira, é formada por empresas privadas que comercializam sementes, ração para animais, máquinas, implementos, agroquímicos, compostos orgânicos, materiais genéticos, hormônios, sais minerais, produtos veterinários entre outros insumos. A segunda parte formada por empresas de controle estatal como é o caso do IPA e da ADAGRO. Tais empresas atuam de forma direta ou indireta na distribuição destes insumos e no processo de P&D. De acordo com entrevistas feitas com pessoas ligadas ao Agribusiness na cidade, podemos citar algumas características básicas das empresas privadas que atuam no mercado. Entre as características, podemos destacar o pequeno número de empresas atuando no mercado, pouca concorrência entre elas, preços altos cobrados pelos insumos (isso pode ser explicado pelo poder de mercados que estas empresas exercem). No que diz respeito à segunda parte do segmento, verificamos a participação de empresas estatais, e do governo a nível municipal. Entre as empresas podemos citar o IPA, com programas com “O Terra pronta” (responsável pelo preparo de 44 mil hectares em 127 municípios do Estado de Pernambucano) e o Programa de “Distribuição de Sementes em Pernambuco” (que em 2007 teve 1.090 toneladas distribuídas para um número de 75 mil famílias, gerando uma área plantada no valor de 75,4 mil hectares e em 2008 teve 1.564 toneladas de sementes distribuídas, valor 46% superior ao de 2007, beneficiado 150 mil famílias, gerando uma área plantada no valor de 86 mil hectares) (IPA). Para a mensuração da participação do segmento antes da porteira na economia local, não foram encontrados dados exatos, mas podemos fazer uma estimativa comparando a participação deste segmento no PIB brasileiro, que de acordo com BACHA, foi de 1,674% no ano de 2002. Se levarmos esta participação em nível de Serra Talhada, podemos encontrar valores em milhões de R$ 3,6; R$ 3,9; R$ 4,5; e R$ 5,2 respectivamente para os anos de 2002, 2003, 2004 e 2005.
No que se refere ao segmento Dentro da porteira este participa do Agribusiness da cidade através da produção agropecuária, que de acordo com dados do IBGE é de 5,4% do PIB da cidade, cerca de 16,9 milhões reais. Um valor que poderia ser bem maior, pois, a cidade têm capacidade de ter uma produção superior (fato relatado pela maioria dos entrevistados). A produção deste segmento pode ser dividida para analise em três partes: a pecuária, a lavoura permanente e a lavoura temporária. A pecuária da cidade é composta por um número diversificado de produções distintas, se destacando a criação de bovinos, suínos, ovinos, caprinos e aves. E entre estes merece uma ênfase especial à caprino-ovinocultura, que de acordo com dados da ADAGRO vem se expandindo, e demonstrando um potencial socioeconômico muito expressivo para Serra Talhada e região. A lavoura permanente da cidade é feita praticamente de forma isolada, e com uma quantidade limitada de culturas, como a banana, goiaba, coco e o algodão, onde devido a problemas como; falta de chuvas regulares em períodos secos, enchentes na época chuvosa, alem da falta de investimentos, por partes dos produtores, tal atividade não vem se desenvolvendo satisfatoriamente na cidade. A lavora temporária (de sequeiro) de Serra Talhada é feito principalmente entre os meses de fevereiro e junho, período do ano onde se concentra a maioria das chuvas. Esta atividade é praticada principalmente por pequenos agricultores, que esperam esta época do ano para ter uma oportunidade de aumentar a renda familiar. Os produtos que mais se destacam neste contexto são feijão e milho.
Depois da porteira, segundo ARAÚJO “esse segmento é constituído basicamente pelas etapas de processamento e distribuição dos produtos agropecuários até atingir os consumidores, envolvendo diferentes tipos de agentes econômicos, como comércio, agroindústrias, prestadores de serviços, governo e outros”. Para melhor análise podemos dividir este segmento em canais de comercialização e logística.
Para ARAÚJO “os caminhos percorridos pelos produtos são denominados canais de comercialização”, e para BATALHA “A logística é responsável pelo fluxo físico e de informações, desde a obtenção de matéria-prima até a distribuição do produto final da empresa para o consumidor final”.
Os canais de comercialização em Serra Talhada são basicamente formados por: produtores rurais; intermediários; agroindústrias; mercados e feiras; e consumidores.
Os produtores são basicamente de pequeno porte e praticantes de agricultura temporária e pecuária extensiva, sua produção muitas vezes é destinada ao consumo próprio, sendo seus excedentes vendidos para intermediários e supermercados, ou diretamente ao consumidor através da feira local.
Ainda de acordo com o autor supracitado os intermediários “são pessoas ou empresas que compram os produtos dos agropecuaristas e repassam para outro nível de comercialização, ou mesmo para intermediários maiores, podendo formar uma sucessão de intermediações”. Estes intermediários na cidade são em grande parte formados por armazéns, que compram dos produtores a produção durante o período de safra e estocam, fornecendo ao comércio da cidade e região de acordo com a flutuação do preço.
Outro tipo de intermediação apresentada na localidade é feito na feira de animais, que acontece semanalmente, os chamados “atravessadores” que são compradores de parte da produção pecuária da cidade, principalmente se tratando de caprinos e ovinos, comprando estes animais e vendendo em outros mercados, geralmente dentre do estado, como é o caso de Recife, ou até mesmo para fora.
A cidade de Serra Talhada é ainda carente de empresas processadoras de produtos agropecuários, se destacando algumas poucas como: a Usina de Beneficiamento de Leite de Luanda. Tal usina vem demonstrando resultados positivos, e trazendo retornos socioeconômicos, posto que, utiliza o leite dos produtores do distrito de Luanda e faz sua pasteurização, agregando valor ao produto e consumindo a oferta de leite desta localidade.
Outro empreendimento que podemos citar é a rede de supermercados pajeú, e outros mercados de menor porte, que atua neste ramo como o beneficiamento de grão, e a produção de alguns produtos agroindustriais. Grande parte da produção é comercializada na própria cidade e isso é notado através dos mercados e feiras. Os mercados compram parcela do que é produzido e em variedades maiores podendo em certos casos beneficiar, classificar, selecionar, como também fazer as embalagens dos produtos. Um dos seus pontos fortes é a venda, que leva comodidade ao consumidor, pois oferta em um local único variados produtos para compra.
A feira de Serra Talhada é um local de encontro direto entre os produtores rurais e os consumidores, semanalmente pequenos produtores levam seus excedentes para feira e vendem direto aos consumidores, o que potencializa seu lucro, já que elimina a presença de intermediários.
Ainda conforme Araújo os consumidores são o nível mais importante do Agribusiness, pois são para eles que é destinada a produção. Hoje eles são cada vez mais exigentes em relação a fatores como qualidade e preço, demandando uma melhora no processo de produção, distribuição e comercialização.

Considerações Finais

De acordo como o IBGE, Serra Talhada e uma das cidades do estado de Pernambuco que mais cresce ao ano, apresentando taxa de crescimento acima dos 10% entre os anos de 2002 a 2007. Sua economia é muito diversificada e forte, principalmente no setor de serviços, mais esta cidade concentra atividades que tem grande potencial ao desenvolvimento, entre eles o Agribusiness, todos os segmentos desta atividade apresentam debilidades e potenciais, que precisam ser bem entendidas na gestão dos empreendimentos agroindustriais a fim de aumentar sua lucratividade e servirem para o desenvolvimento local. Algumas destas debilidades podem ser interpretadas como entraves nos diversos segmentos do Agribusiness. Por exemplo, a falta de investimentos, que é um reflexo da falta de perspectiva dos produtores com a atividade e das dificuldades que os mesmos passam, estes que, por sua vez são sufocados pela tesoura de preços, que é compra de insumos a preços altos e a venda de sua produção a intermediários a preços baixos, resultando em uma baixa rentabilidade. Outra debilidade que dificulta bastante é a falta de infra-estrutura física, principalmente na questão da logística, que aumenta os custos de comercialização. Por fim, podemos chegar à conclusão de que a gestão do Agribusiness em Serra Talhada, é um requisito de extrema importância para aumentar a rentabilidade e viabilidade econômica desta atividade, sendo que para esta gestão ser bem sucedida, se faz necessário conhecimentos e informações acadêmicas e pratica desta Atividade, que foram apresentadas forma introdutória nesta pesquisa.

Referência
BRACHA, Carlos J.C. Economia e política agrícola no Brasil. São Paulo: Atlas, 2004.
MEGIDO, José L. T., XAVIER, Coloriano. Marketing & Agribusiness – 4. Ed. – São Paulo: Atlas, 2003.
BATALHA, Mário Otávio. Gestão Agroindustrial. São Paulo: Atlas, 2003.
CALLADO, Antônio A C. Agronegócio. São Paulo: Atlas, 2005.
PIZZOLATTI, Ives José. Agribusiness
Tabelas com os principais dados de Serra Talhada, no Agribusiness.


Número de animais das principais criações pecuárias de Serra Talhada em 2006.
Bovinos 44.000 cabeças
Suínos 14.800 cabeças
Ovinos 34.000 cabeças
Galinhas 38.500 cabeças
Caprinos 54.000 cabeças

Principais culturas na lavoura permanente de Serra Talhada em 2006
Tipo de produção Quantidade produzida Valor da produção
Algodão (em caroço) 12 toneladas 11 mil reais
Banana 450 toneladas 200 mil reais
Goiaba 30 toneladas 200 mil reais
Coco-da-baía 4 mil frutos 8 mil reais

Principais culturas na lavoura temporária de Serra Talhada em 2007.
Tipo de produção Quantidade produzida Valor da produção
Algodão (em caroço) 396 toneladas 376 mil reais
Cebola 36 toneladas 13 mil reais
Feijão (em grãos) 2.760 toneladas 2.760 mil reais
mamona 255 toneladas 145 mil reais
mandioca 400 toneladas 64 mil reais
melancia 500 toneladas 113 mil reais
Milho (em grãos) 6.720 toneladas 2.350 mil reais
tomate 750 toneladas 327 mil reais

Fonte das tabelas: IBGE cidades.





















Informações dos autores

Primeiro autor:

Alex de Souza Magalhães.

• Aluno do 5° período do curso de ciências econômicas da UFRPE/UAST.
• Aluno do 6° período de Matemática da FAFOPST.
• Membro do DA (Diretório Acadêmico) da AESET.
• Funcionário efetivo do Banco do Brasil.

Segundo autor:

Lindalva Silva Correia Maia

• Economista, formada da UFPB.
• Professora da UFRPE/UAST
• Atual coordenadora do curso de Economia da UFRPE/UAST.


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