Por: Goottmbergue Mangueira É sabido que um número muito alto de brasileiros não conhecem sobre informática, tampouco algo pertinente ao fenômeno da internet que promove aos privilegiados, uma conexão extraordinária com o mundo.
Educação, Progresso e Cidadania
É indeclinável falar em educação sem incluir, neste contexto, cidadania com seus pontos mais cruciantes e o neomodernismo social que vem movendo o homem para um processo de aperfeiçoamento coletivo e individual na busca perene pela afirmação dos propósitos que alavanquem um patamar de respeito maior pelo ser humano que diante dos avanços tecnológicos e da nova ordem mundial econômica, gradativamente está perdendo espaço e valor. Deve se ter uma consciência de que o homem é o critério de todos os projetos de crescimento social e que nada deve substituí-lo. Não pode ele, constitui-se mero objeto de manipulação comercial, escravo do consumismo o qual só ajuda, mesmo, a solidificar as macabras diretrizes do Neoliberalismo e da Globalização.O desenvolvimento econômico jamais atingirá um êxito amplo se não colocar o homem como principal alvo de beneficiamento A educação tem batido muito nesta tecla da valorização do homem em primeiro lugar.Nós somos feitos de sentimentos e necessidades que se não foram supridas, simplesmente seremos extintos da terra. E, aí, então, queremos ver qual é a máquina que vai sobreviver sem a presença humana que o mundo capitalista tanto a abandona. Este golpe no social o qual vem dando o processo de avanço tecnológico, talvez seja um mal necessário para a sobrevivência dos padrões magnatas e do progresso; porém desnorteia a classe proletária e aos poucos vai assolando a vida da sociedade, na medida em que esta se torna instável quando a violência, os óbolos recebidos pelos trabalhadores, os maus tratos com a educação, corrupção, injustiça social e toda forma de descaso vêm à tona, nos empurrando para um abismo sem volta. Apesar de tudo, somos cientes que educação nunca dormiu diante de nenhum acontecimento histórico e mudanças radicais em nossa sociedade; aceitamos as transformações e até nos beneficiamos delas, mas sempre atentos as coisas que não dizem respeito aos valores humanos.
Goottmbergue Mangueira
CULTURA DE MASSA
John Gutenberg contribuiu muito para a estabilidade da imprensa escrita; porém não foi possível haver na época, uma cultura de massa acentuada; pois somente os letrados e o pessoal da elite tinham acesso a este tipo de comunicação, ficando o povo na mesma linha obscura do contexto. Desde os primórdios que as dificuldades de acesso à cultura perseguem a classe dos menos favorecidos. Hoje, por exemplo, quem não tem dinheiro fica à margem do mundo tecnológico da comunicação e seus benefícios, principalmente, quando se fala de informação. É sabido que um número muito alto de brasileiros não conhecem sobre informática, tampouco algo pertinente ao fenômeno da internet que promove aos privilegiados, uma conexão extraordinária com o mundo. Na verdade, o que ocorre com a internet, foi o mesmo que aconteceu com a magnífica invenção de Gutenbergue. A contribuição é irrefragável, todavia o acesso ainda é muito limitado. Talvez, também por questão de cultura e desinteresse pelas dificuldades que ainda existem principalmente nas cidades pequenas. Isso se torna transparente quando as empresas privadas procuram profissionais nesta área. O número de candidatos é bem reduzido. Algo deve ser feito para que nossos jovens se interessem mais pela informática, pois daqui a dez anos ou menos do que isso, estes analfabetos tecnológicos aumentarão mais ainda e se estabelecerá uma senzala de homens fadados ao fracasso profissional, “sem rumo, sem lenço e sem documento, esperando a banda passar” Falo não só do acesso à informática mas da aquisição de conhecimento de um modo geral. Não importa a fonte, o fundamental é não ficar no marasmo da ignorância. A informática é apenas uma sugestão, que, aliás, é a mais completa. Ler revista e jornais é uma boa maneira de obter conhecimento. Afinal de contas, de acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Brasil ficou em último lugar em leitura no ano 2000. Quanto mais cultura tiver, menos vulneráveis ficamos diante dos “monstros do obscurantismo”. Na medida em que o homem vai se conscientizando e tendo uma visão mais ampla do mundo e das coisas as quais nele estão inseridas, mais perto se encontra da ruptura de uma condição inferior para um patamar de equilíbrio, racionalidade e libertação em busca de afirmação social. O jovem é uma força transformadora implacável. Se lhe for dado o apoio necessário, certamente construiremos um país melhor através do conhecimento, da informação e da solidariedade. De revolução em revolução, o mundo vai se transformando e o homem sendo cada vez mais testado e obstringido a se adaptar aos novos parâmetros de sobrevivência no mercado de trabalho. A nossa esperança é que os jovens desta imensa nação busquem o interesse pelas leituras instrutivas e programas de alguma forma edifiquem suas vidas.
ESCOLA E O CONHECIMENTO
A escola tem como papel fundamental a conscientização do homem para o exercício perfeito da cidadania na perene busca pela afirmação do senso crítico que o tornará capaz de julgar e avaliar de forma livre e acima de tudo, responsável. Não se pode utilizá- la de maneira particularista, pois a mesma é um objeto de transformação social de extrema importância para o processo de redirecionamento de projetos educativos que se aproximam da nossa realidade, sem verbalismo oco e vazio que visam obscurecer os valores humanos de forma imane e inescrupulosa. Quando se fala em educação, fala –se em vida. E vida a qual nós referimos não é o simples fato de se mover, andar, comer e trabalhar, todavia a valorização do homem como pessoa, no respeito aos seus sentimentos, direitos civis, jurídicos para preservação de sua dignidade. Educar não se resume apenas num processo profissional como outro qualquer com suas impassividades; mas deve trilhar caminhos que de uma forma ou de outra, leve o educando a pensar sozinho e impulsioná-lo ao interminável desejo de reconstruir seus próprios conceitos, se assim necessário, para o restabelecimento de sua liberdade como via segura para auto- afirmação social, fazendo a sua própria história e decidindo sobre o seu futuro. Este é sem dúvidas o nível desejado para uma educação moderna. O nosso professor, diante desta realidade, jamais poderá cruzar os braços e ver tudo acontecer sem se preocupar em buscar recursos para se adaptar aos atuais paradigmas de ensino que irão coadjuvar o aluno a atingir este importante patamar que lhe assegurará melhor condição humana dentro do largo contexto social. O conhecimento que deve ser repassado ao aluno, em função na necessidade supracitada, não pode ser apenas o dos critérios matemáticos, históricos ou geográficos; porém; vai além dos saberes mais complexos... e talvez mais interessantes para o cotidiano do aluno. Prepará-lo para a vida; essa sim, é uma educação que enfrenta o desafio de mostrar o mundo como ele realmente é, examinado em todos os seus pontos, parâmetros e exibido de maneira transparente, sem toldar crises, conflitos e até as atitudes macabras dos nossos políticos. O professor competente sabe o quanto é importante o aflorar de novas idéias pedagógicas em prol da valorização humana que será, doravante, a alavanca do desenvolvimento social, digo “social” pois no econômico as nossas “figuras carimbadas” (políticos) já dizem que está uma “maravilha.” É preciso entender o mundo e suas transformações para que possamos ser verdadeiros educadores. De nada valerá métodos e mais métodos se ficarmos alheios a tudo que se passa lá fora e nos limitarmos apenas às formalidades das instituições educadoras.
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