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COLETA, CONSERVAÇÃO DE SÊMEN E INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL DE CAPRINOS E OVINOS

Por: Antonio José de Lima – Médico Veterinário - BS
O método da inseminação artificial é muito antigo e existem relatos desde o século XIV.
COLETA, CONSERVAÇÃO DE SÊMEN E INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL DE
CAPRINOS E OVINOS
PEQ 2000


*Antonio José de Lima – Médico Veterinário - BS

1. INTRODUÇÃO

O método da inseminação artificial é muito antigo e existem relatos desde o século XIV. Porém a primeira experiência foi feita em 1780, quando o cientista italiano Lazarro Spallanzani coletou o sêmen de um cão e o depositou em uma cadela, a qual ficou prenha e mais adiante pariu três cãezinhos vivos e normais.

Em ovinos, as primeiras inseminações ocorreram de 1901 a 1905, realizadas pelo médico veterinário russo Elias Ivanov. Até hoje a União Soviética (hoje Comunidade dos Estados Independentes) possui o maior número de ovelhas inseminadas (50 milhões), enquanto o Brasil possui a 5ª colocação com 600 mil ovelhas inseminadas, principalmente na Região Sul, segundo dados de 1980.

Em caprinos, a França possui o maior número de fêmeas inseminadas, enquanto no Brasil as primeiras inseminações ocorreram em 1954.



2. DEFINIÇÃO

Inseminação artificial consiste na colocação do sêmen do macho no sistema genital feminino, no momento em que os espermatozóides possam encontrar o óvulo e fecundá-lo.



3. VANTAGENS

· Melhora a produção do rebanho, devido ao uso de machos de alta produção de diferentes raças especializadas;

· possibilita a cobertura entre animais de tamanhos diferentes;

· reduz ou previne a transmissão de doenças venéreas;

· permite o uso de reprodutores de grande valor zootécnico, que estejam incapazes de montar devido a doenças como artrites, fraturas, ou que estejam a longas distâncias;

· facilita o uso de reprodutores de alta linhagem, por criadores de condições financeiras limitadas;

· possibilita a utilização de machos que já tenham morrido e possuem o sêmen congelado em centrais de inseminação;

· permite a programação de partos para as épocas mais adequadas ao desenvolvimento das crias e a sobrevivência das mães, quando utilizada em conjunto com a indução do cio.



3.1. Limitação da inseminação artificial

· Exige infra-estrutura na propriedade e adoção de normas de manejo e sanidade;

· o uso de reprodutores não testados pode ocasionar (causar) a difusão de taras genéticas;

· determina o aumento do parentesco no rebanho pelo uso de um único reprodutor;

· exige treinamento para os técnicos que irão realizar a prática;

· o material utilizado pode transmitir doenças de uma fêmea à outra, caso não haja perfeita higiene e limpeza do material utilizado para inseminar;

· exige investimento para a compra dos equipamentos.



4. MANEJO REPRODUTIVO

A criação de caprinos, para ser economicamente viável (rentável), envolve a utilização de adequadas técnicas de manejo sanitário, nutricional ou reprodutivo, adaptadas à região geográfica, com disponibilidade de reprodutores e, principalmente, de alimentos.



4.1. Escolha do reprodutor

O macho caprino é um animal precoce, que, aos quatro meses de idade, pode entrar em puberdade e atingir a maturidade sexual entre seis e sete meses, podendo ser usado como reprodutor, servindo a um pequeno número de fêmeas, e, a partir de dois anos de idade, é considerado adulto, quando atinge o peso, o desenvolvimento corporal e a produção espermática ideais de acordo com a raça.



A vida útil de um reprodutor está em torno de sete a oito anos de idade, apresentando a partir daí uma diminuição no seu potencial reprodutivo.

Na escolha do reprodutor deverão ser observadas as seguintes características:

· testículos simétricos, ovóides, firmes e presentes na bolsa escrotal; observar problemas de criptorquidia (um ou ambos os testículos presentes na cavidade abdominal); orquite (inflamação dos testículos); hipoplasia (diminuição dos testículos); os animais que apresentarem estas características deverão ser descartados como reprodutores;

· ausência de alterações penianas e prepuciais.

· presença de boa libido (interesse sexual pela fêmea);

· ausência de doenças;

· presença de aspecto masculino: porte, pescoço, voz, libido, desenvolvimento testicular e peniano;

· ausência de agnatismo e prognatismo;

· presença de bons cascos e aprumos;

· presença de chifres ou amochados, devendo ser evitados os animais mochos, que podem ser hermafroditas.

Além das características corporais e do comportamento sexual dos bodes, também deve ser considerada a sua capacidade de gerar filhos com boa produção leiteira, com tendência a partos gemelares e que não apresentam tetas extras.

A seleção dos reprodutores poderá ser feita a partir dos seis meses de idade.

Em criação extensiva, recomenda-se substituir o reprodutor a cada dois anos para evitar problemas de consangüinidade.

Os bodes devem ser mantidos em piquetes ou baias com água e sombra suficientes, além de receberem uma alimentação adequada que forneça os nutrientes capazes de mantê-los em boas condições físicas e permitam uma maior e melhor produção de sêmen.



4.2 escolha da matriz

A fêmea caprina entra na puberdade entre seis e oito meses de idade, devendo ser usada como matriz, quando atingir um peso corporal equivalente a 60-75% do peso de uma fêmea adulta de sua raça. Aquelas fêmeas que forem cobertas antes de atingirem este peso, terão seu desenvolvimento retardado, resultando numa cabra de pequeno porte que darão crias fracas em relação às nascidas de fêmeas adultas.



Na escolha da matriz deverão ser observados os seguintes aspectos:

· boa produção de leite;

· úbere bem inserido, com apenas dois tetos;

· gestação e partos normais;

· ausência de doenças infecciosas e parasitárias;

· histórico negativo de aborto;

· bons cascos e aprumos;

· aspectos femininos;

· presença de chifres;

· boa fertilidade.



O ciclo estral das cabras dura em média 21 dias, com variação de cinco a dez dias. O cio dura de 36 a 38 horas, com ovulação ocorrendo no terço final;

O cio pode ser reconhecido pelos seguintes sinais:

· o animal fica inquieto;

· monta e deixa ser montado por outras fêmeas;

· agita a calda em movimentos rápidos;

· procura e se aproxima do macho;

· apresenta a vulva inchada, avermelhada e a vagina úmida;

· urina e berra com freqüência;

· há corrimento de muco cristalino, no inicio do cio (semelhante à clara do ovo), creme claro, durante o cio, e brancacento viscoso, no fim do cio.



5. SINCRONIZAÇÃO DO CIO

A sincronização do ciclo estral ou indução do cio tem a finalidade de fazer com que um grupo de cabras entre em cio em determinado período, para realizar uma cobertura natural ou artificial.

Esta prática apresenta várias vantagens:

· agrupar o cio das fêmeas;

· melhoramento genético e produtivo do rebanho;

· programar os partos para as épocas mais propícias, visando a uma maior sobrevivência das crias e uma uniformidade na produção do leite;

· reduzir o intervalo entre partos;

· facilitar o manejo com as crias (desmame, descorna).



A introdução do cio pode ser feita basicamente por dois métodos: efeito macho ou tratamento hormonal, porém é importantíssimo que as fêmeas estejam sadias e bem nutridas para que o trabalho possa dar bons resultados.



5.1 Efeito Macho

Esta prática baseia-se no odor que é secretado por glândulas presentes na base dos chifres do bode e na pele do carneiro. As fêmeas sentem esse cheiro, o qual ativa sua atividade sexual.



O trabalho deve ser feito da seguinte maneira:

· trinta dias antes das cobertas, afastar os machos das fêmeas e começar a dar uma suplementação alimentar a estas, na intenção de melhorar sua ovulação;

· decorrido este período, introduzir um rufião (macho incapaz de fecundar), o qual por seu cheiro, começará a estimular a atividade sexual nas fêmeas. Este rufião deve ter o peito pintado diariamente com uma graxa, para que marque a garupa das fêmeas que sejam montadas. Pode-se utilizar uma caixa de xadrez para um quilo de graxa, passando duas vezes ao dia, às 7:00 e 17:00 horas;

· aquelas fêmeas marcadas deverão ser levadas ao reprodutor ou se realizar a inseminação artificial.



5.2 Tratamento Hormonal

O processo de sincronização do ciclo estral baseia-se em prolongar ou encurtar a fase lútea do ciclo, a qual tem a sua duração determinada pelo corpo lúteo. No 1º caso usa-se a progesterona e no 2º caso a prostaglandina. A sincronização do cio através de hormônios é realizada por uma combinação de várias substâncias. Prepara-se uma esponja, aplicando-se um mililitro (50mg) de acetato de medroxi-progesterona (Pronome E), deixa-se secar e embala-se em sacos plásticos protegendo-os contra a luz solar e sujeiras. Estando as cabras prontas para serem sincronizadas, retira-se a esponja da embalagem e aplica-se um antibiótico (Rifocina Spray) para evitar infecções.

Feito isso, coloca-se a esponja com o indicador ou mesmo com o dedo na porção cranial da vagina da cabra. Esta esponja permanecerá por 11 dias. Deve-se ter cuidado para que a esponja não caia ou que outra cabra não puxe, para tanto deixa-se o cordão que segura a esponja bem curto. No nono dia aplica-se uma injeção intramuscular de prostaglandina (0,25ml) e 250 UI de PMSG (1ml). Estas duas últimas injeções têm por finalidade melhorar a ovulação da cabra. No 11º dia retira-se a esponja da vagina com cuidado e observa-se o aspecto da mesma, quanto à presença de muco ou sangue. A esponja deve estar molhada, sem pus, sangue ou urina. Vinte e quatro horas após a retirada das esponjas, as cabras começam a entrar em cio e a inseminação artificial deve ser realizada decorridas 38 a 42 horas da retirada das esponjas.



6. SISTEMAS DE ACASALAMENTO

De acordo com o tipo de criação, poderá ser utilizada a monta natural, a monta controlada ou a inseminação artificial, com ou em sem sincronização do cio.

Monta natural

Nesse sistema deixa-se o rufião com as fêmeas constantemente. Este rufião deverá ser pintado com graxa, para que ao montar a fêmea em cio, deixe uma marca de tinta na garupa da cabra, facilitando a sua identificação no rebanho. O rebanho deve ser examinado duas vezes ao dia. De manhã separam-se as cabras que apresentaram cio e foram montadas pelo rufião durante a noite e madrugada. Neste momento a tinta é repassada no rufião. A segunda inspeção é feita no final da tarde, quando são retiradas as cabras marcadas durante o dia e o rufião é novamente pintado. As fêmeas marcadas são levadas ao reprodutor. As fêmeas não deverão ficar o tempo todo com o reprodutor, pois ele poderia cobrir repetidas vezes uma mesma cabra. O controle do melhor momento para a cabra ser coberta, baseia-se na observação da coloração do muco que flui pela vulva das fêmeas em cio. Quando este muco apresentar uma ligeira viscosidade e coloração clara, a cabra deve ser levada ao bode para ser coberta.



Monta controlada

Leva-se a fêmea em cio para ser coberta pelo reprodutor, o qual realiza um a dois saltos, retirando-se a fêmea logo em seguida.



Inseminação artificial

O sêmen utilizado na inseminação artificial poderá ser de três tipos:

· sêmen fresco – pode ser puro ou diluído. Coleta-se e utiliza-se imediatamente;

· sêmen resfriado – coleta-se o sêmen, dilui-se e refrigera-se a 4ºC. Este sêmen poderá ser utilizado até 48h;

· sêmen congelado – o sêmen é congelado em centrais especializadas; o criador poderá adquirir as doses nestes locais para fazer a inseminação artificial.



7. TECNOLOGIA DO SÊMEN

A coleta do sêmen poderá ser realizada com carneiros e bodes através da vagina artificial ou eletroejaculação. A vagina artificial imita as condições de temperatura e pressão da vagina da cabra ou ovelha.

No momento em que o animal monta (no manequim), faz-se o desvio do pênis introduzindo-o na vagina artificial, para que o animal ejacule no tubo de coleta que vem acoplado à vagina. A fêmea que servirá como manequim deverá receber 01cc, via intramuscular, de ECP (nome comercial) para entrar em cio e facilitar a monta por parte dos machos que irão ejacular na vagina artificial. O sêmen coletado deve ser protegido da luz solar, poeira, devendo-se evitar a sua agitação nos tubos.

O método de eletroejaculação é menos utilizado nas espécies caprinas e ovinas, pois o sêmen é de baixa concentração e qualidade.

Este método só deverá ser utilizado em animais que estejam impossibilitados de montar por um defeito de aprumo ou outro problema, sendo totalmente condenado pela sociedade protetora dos animais.



Avaliação do sêmen

Após a coleta o sêmen deverá ser avaliado em função de:

· volume: varia de 0,5 a 2,0 mililitros;

· cor: branca (ovino) e amarelada (caprino);

· aspecto: varia de leitoso a cremoso, sendo que as amostras de sêmen com aspectos aquosos devem ser desprezadas;

· concentração: é determinada no microscópio e significa a quantidade de espermatozóides presentes em cada mililitro de sêmen. O normal é de três bilhões de espermatozóides por mililitro, no caprino, e quase o mesmo valor, no ovino, podendo ser de até quatro bilhões, neste último;

· motilidade massal: é o movimento causado pelos espermatozóides no plasma seminal. Assemelha-se às ondas do mar e recebe notas que variam de 0 (sem movimento) a 5 (movimento muito forte). É verificado ao microscópio;

· motilidade progressiva individual: leva-se a amostra do sêmen ao microscópio e verifica-se o movimento dos espermatozóides, o qual varia numa escala de 0 a 5.



Diluição do sêmen

Após a etapa de avaliação e considerando ser a amostra de sêmen de boa qualidade, passa-se à fase de diluição, a qual deve oferecer uma concentração final (nº de espermatozóides), para cada dose, de aproximadamente 200 milhões de espermatozóides por mililitro. Caso não se tenha meios de determinar eficazmente a concentração, procede-se a uma diluição prática, com uma parte de sêmen e nove do diluidor.



Tipos de diluidores: podem ser usados dois tipos de diluidores - um para sêmen resfriado (4ºc) e outro para o sêmen congelado (-196º).



Diluidor para sêmen resfriado (+4ºc)

- Água de coco filtrada--------------- 50 ml

- Água destilada--------------- 25 ml

- Solução de citrato de sódio a 5%--------------- 25 ml



Envasamento

O sêmen, após diluído, é embalado em “PALLETS” para posterior refrigeração ou congelamento.



8. MATERIAIS UTILIZADOS PARA A PRÁTICA DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL



· Espéculo vaginal

É um tubo em formato de revólver, provido de uma fonte luminosa na parte final. Ao ser introduzido na vagina, serve para localizar o furinho de entrada do útero (cérvix) onde se coloca a dose de sêmen contida na pistola de inseminação artificial.



· Pipeta acopladora do “PALLET“ ou dose de sêmen

Esta pipeta é composta por duas partes, sendo uma fixa e outra móvel, contendo uma outra peça intermediária, o êmbolo, que serve para injetar o sêmen no útero após passar pela cérvix. Esta pipeta é fabricada para suportar na parte da ponteira os “PALLETS” de 0,5ml, contendo sempre duzentos milhões de espermatozóides.



· Botijão para nitrogênio líquido e armazenamento do sêmen congelado ou garrafa térmica para sêmen refrigerado

O botijão para nitrogênio líquido é composto de material próprio para os ‘”PALLETS”’ congelados. No caso do sêmen resfriado em garrafa térmica, corta-se a parte final do “PALLET”’, isto é, a que tem a massa em cor e coloca-se a pistola da mesma forma do sêmen congelado.



· Bacia com água + biocid

Utilizam-se dez litros de água e dez mililiros de biocid que servirão para a limpeza do material utilizado na inseminação. Em seguida coloca-se esse material em uma bacia com álcool para que seja feita a sua esterilização.armazenar o sêmen a –196ºC ( temperatura do nitrogênio líquido ) em “’canisters”’ que receberão



8.1. Etapas da inseminação Artificial

A inseminação Artificial em cabras e ovelhas deve seguir as etapas:

· levar as fêmeas que serão inseminadas para um local sombreado e limpo;

· preparar o material da inseminação;

· o manejador deve então segurar o animal pelos membros posteriores, levantando a sua traseira e deixando sua cabeça próxima ao chão;

· com pano limpo ou papel higiênico fazer a limpeza da vulva;

· lubrificar o espéculo com vaselina para facilitar a introdução na vagina;

· acender a fonte luminosa para localizar a entrada do útero ( cérvix );

· com a pistola montada e preparada com a dose de sêmen , passar pelo espéculo e tentar introduzi-la na cérvix para colocar o sêmen dentro do útero;

· colocado o sêmen, retirar a pistola e o espéculo, lentamente;

· deixar a fêmea alguns momentos na posição inicial;

· não movimentar bruscamente o animal;

· anotar os dados da inseminação artificial ( nº da fêmea, nº do reprodutor, data da inseminação) em ficha apropriada.



9. MANUSEIO DO MATERIAL DE CONSERVAÇÃO DO SÊMEN

Devido ao pequeno tempo de viabilidade do sêmen resfriado, cerca de 48 horas, poucas são as observações a serem feitas. Este sêmen deve ser conservado em garrafa térmica com gelo para atingir a temperatura de 4ºC.

Já o sêmen congelado é conservado em equipamento especial conhecido como botijão para nitrogênio líquido. Os cuidados com este material são os seguintes:

· trabalhe à sombra;

· retire a dose de sêmen o mais rápido possível;

· evite batidas ou quedas no botijão;

· evite o contato da pele com o nitrogênio;

· meça o nível de nitrogênio com régua apropriada e quando este estiver abaixo de 15cm, mande recarregar.



10. GESTAÇÃO

Na cabra e na ovelha o período de gestação, dura, aproximadamente, 150 dias, com variações de 146 a 152 dias.



10.1. Diagnóstico da gestação

· desaparecimento dos cios – nem sempre indica gestação, mas não deve ser desprezado pelo criador. No final da gestação o enchimento do útero confirma o diagnóstico, juntamente com a palpação externa do feto;

· palpação abdominal;

· dosagem de progesterona no plasma sangüíneo – é o teste que diagnostica mais precocemente a prenhez. Fica limitado o uso deste método em condições de campo;

· raio X – a partir de 65 dias os esqueletos dos fetos já podem ser detectados e não há dúvidas quanto ao diagnóstico. Aconselha-se o jejum de 12 horas antes do exame;

· ultra-som – detecta a presença de líquido no útero dos 60 aos 90 dias de gestação. Após este tempo, com o crescimento do feto, o líquido é reabsorvido e obtém-se resultado positivo. O eletrodo do ultra-som é colocado do lado direito do abdômen em frente ao úbere.



10.2. Cuidados com a gestação

· 60 dias antes do parto, proceder à secagem do úbere para que haja recuperação do organismo para a próxima lactação e formação de colostro para a cria. Nesta fase é importante fornecer uma alimentação de melhor qualidade, pois são nestes últimos dois meses que as exigências nutricionais são mais elevadas, e a não observância de seus requisitos pode acarretar o aborto ou o aparecimento de uma doença chamada toxemia da gestação, caracterizada por respiração rápida,espasmos musculares, perda de apetite, incoordenação motora, coma e morte;

· 15 dias antes do parto, separá-las do rebanho, procedendo-se à lavagem da vulva com água e sabão, colocando-as na maternidade.



10.3. Parto

Nas últimas semanas da gestação, a fêmea apresenta movimentos lentos e anda cambaleante, pelo relaxamento dos ligamentos dos ossos de quadril que se preparam para dar passagem ao feto. O úbere se enche e a ordenha torna-se mais fácil. Quando o parto é iminente, a cabra procura um local tranqüilo, torna-se inquieta, levantando-se e deitando-se diversas vezes e urinando freqüentemente. O parto inicia-se após uma a dez horas de contração urinária. A bolsa d’água pode aparecer antes ou ao mesmo tempo que as patas dianteiras do filhote. O nascimento pode se dar, normalmente, também pelas patas traseiras, mas 70 e 90% ocorre pelas dianteiras. O parto conclui–se com a expulsão da placenta. Posições anormais do feto podem impedir a parição. Se após uma hora e meia de contrações ativas, não ocorrer o nascimento, deve-se procurar o veterinário. Após o nascimento de cada filhote, a cabra o lambe e o enxuga, e 10 a 30 minutos após o nascimento, o filhote deverá estar de pé, devendo ser estimulado a mamar. Se a cabra não o lambe, o filhote deve ser enxuto com um pano limpo.



11. CUIDADOS COM A CRIA

· Cortar e curar (assepsia) o umbigo, com iodo a 10%;

· dar a cria o colostro nos primeiros dias, principalmente nas seis primeiras horas de vida, para que haja a absorção de anticorpos protetores contra doenças, presentes neste primeiro leite. Caso não recebam, ficam mais susceptíveis às doenças;

· proceder ao acompanhamento do desenvolvimento do animal desde seu nascimento até a desmama;

· descornar a cria entre os quatro e dez dias de idade, não deixando passar dos 15 dias, para que seus chifrinhos não traumatizem o úbere da cabra;

· evitar o excesso de confinamento das crias, para que não hajam problemas de colibacilose, salmonelose etc;

· proteger os animais das correntes de ar, que os predispõem às infecções pulmonares;

· criar os animais em lotes homogêneos, segundo a faixa etária, para diminuir o risco de transmissão de enfermidade dos adultos para às crias, e reduzindo a competição pelo animal;

· realizar exames periódicos de fezes, com atenção especial voltada para a coccidiose;

· administrar injeção de ferro dextrano, via intramuscular, durante o período de aleitamento, já que o leite é pobre neste elemento. Aconselha-se também a introdução precoce de forragens para as crias.



FICHA DE INSEMINAÇÃO



TABELA



PROPRIETÁRIO .....................................PROPRIEDADE..................................

CIDADE: ................................................................................. ESTADO..............



Nº de Ord.
Nº da Fêmea
Nº do Doador
Data da Cobertura
Tipo de I.A
Tipo de Sêmen
Data Provável do Parto
Data efetiva do Parto
Obs:.







































































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