Por: www.pauloivo.com.br Era filha de Venâncio Barbosa Nogueira
BIOGRAFIA
Em 13 de outubro de 1918, Sinhá, como era conhecida por todos, nasceu na Fazenda Cipó, município de Serra Talhada, recebendo o nome de OLÍMPIA DE SÁ NOGUEIRA.
Era filha de Venâncio Barbosa Nogueira que, por ter um primo de mesmo nome, mudou para Venâncio Barbosa da Silva e de Olímpia Furtunata de Sá. Sinhá revelou-se desde cedo uma menina inteligente e prendada. Era a filha mulher mais nova de um total de 21 (vinte e um) irmãos dos quais sobreviveram 13, a saber: Maria Olímpia, Antonio, Águeda, Andrelino, Leonor, Ildelídia, Alzira, Olímpia (Sinhá), Luiz, José (Zé Venâncio), Expedido, Venâncio (Sinhô) e Joaquim. Com as dificuldades da época, de quem morava no interior, sobrevivendo à secas constantes, problemas financeiros de uma família grande e de poucos recursos, agregando-se a isso a atuação dos grupos de cangaço, Sinhá conseguiu concluir o Curso Primário (equivalente ao 1º Grau de hoje). Logo aí começou a se sobressair e mostrar suas qualidades, sendo pois, convidada para lecionar na Escola Municipal Imaculada Conceição, em Caiçarinha da Penha, 3º Distrito de Serra Talhada. Foi professora por alguns anos, procurando transmitir a seus alunos o que de melhor tinha dentro de si: amabilidade, amor ao próximo, conhecimento e responsabilidade. Seus trabalhos sempre foram executados com esmero e dedicação, o que a fez ser lembrada até hoje. Sua memória impressionava. Ao narrar fatos não esquecia um só detalhe. Costumava se referir às cartas que enviava, citando-as de cor. Sua caligrafia foi sempre a mesma. Jamais mudou, mesmo com o passar dos anos.
Em Serra Talhada, trabalhou por alguns anos na Farmácia do Hospital Regional Agamenon Magalhães, fazendo aí grandes amizades. Era a preferida por todos quando precisavam de alguém para aplicar injeção, pois diziam que tinha mãos de fada. Suas mãos de fada se destacaram também nos bordados que fazia. Bordou durante toda a vida. Bordava com tanto capricho que, muitas vezes, não se conseguia distinguir o avesso do direito. Era conhecida também por suas ações caridosas. Se alguém precisasse de ajuda, estava sempre disponível, em detrimento de si própria.
Em 1944, aos 26 anos casou-se com José Firmo de Araújo,
filho de David Firmo de Araújo e Fernandina Cavalcanti de Araújo, passando a adotar o nome de OLIMPIA DE SÁ ARAÚJO. Após o casamento, moraram nas cidades de Sítio dos Nunes, Ouricuri e Triunfo. Dessa união nasceram
Luiz Maurício, José Firmo (primogênito), Maria Helena, Magno, Paulo Ivo e Cássia. (fotografia realizada em 1957 por Sinhá)
Após 13 anos de casada, em 08 de setembro de 1957, faleceu seu esposo, José Firmo de Araújo. Sinhá ficou viúva com apenas 39 anos. Seu primogênito, José Firmo, tinha apenas 11 (onze) anos e a mais nova, Cássia, um ano e três meses. Passou alguns anos por uma vida difícil e cheia de sacrifícios.
Trabalhava até tarde da noite fazendo bordados e fotografias para conseguir manter os filhos e educá-los. Gostava de dizer que passou a exercer a função de fotógrafa para criar os filhos e nunca perdeu um filme nem uma foto. Nessa época recebeu muito apoio das freiras do Colégio Stella Maris, dos frades do Convento São Boaventura e das grandes amizades que fez em Triunfo.
Ao longo dos anos sentiu a necessidade de morar no Recife para que os filhos pudessem fazer o curso superior e conseguir um bom emprego. Em 1966, após 13 anos morando em Triunfo, conseguiu, com muito sacrifício, comprar uma casa em Recife para onde se mudou definitivamente. Ela costumava dizer que o treze era seu número de sorte, e, por uma incrível coincidência, além de outras, a casa comprada ficava no lote 13, quadra 13, tinha o número 313 e o vencimento das prestações era dia 13 de cada mês. Alguns anos depois ficou doente. Lutou contra um câncer por alguns anos mas, infelizmente, não conseguiu domá-lo, vindo a falecer após 13 anos de sua viuvez.
Costumava dizer com alegria que nasceu no dia da última aparição de Nossa Senhora de Fátima e, talvez mais uma coincidência, a última vez que foi para o hospital era 13 de maio (aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima). Veio a falecer no dia 26 de maio de 1971, após 13 dias de hospitalização. Foi sepultada no Cemitério de Santo Amaro, no túmulo denominado São Benedito, de número 13.
Antes de falecer, já doente, teve a felicidade de ver surgirem os primeiros frutos de sua árdua batalha: seu filho mais velho foi um dos primeiros colocados no concurso do Banco do Brasil e recebeu o diploma de Bacharel em Direito.
Para os que a amavam, aí está um pouco de sua história.
(Biografia escrita por seus filhos em 04 de maio de 2000.)
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