Por: Luiz Ferraz Filho. Luciano Duque é o 41º Prefeito de Serra Talhada.
Luciano Duque de Godoy Sousa, Nascido em Serra Talhada aos 22 de fevereiro de 1960, Luciano é filho do empresário João Duque de Sousa e de dona Maria do Socorro de Godoy Sousa, de tradicional família política em nosso município, o que fez Luciano desde cedo conviver sobre forte militância política. Casado com Dilma Rita Diniz de Carvalho Ferraz, Luciano teve desse primeiro casamento 3 filhos: Gabriel, Miguel e Rafaela. Divorciado, casou pela segunda vez com Karina Rodrigues Duque e tem com ela um filho: João Duque Neto. Para se ter uma ideia, não há ainda em vida outra mulher em Serra Talhada com tanto parentesco político como Dona Socorro Godoy, a mãe de Luciano Duque. Sua família, Godoy Lima, dominou Serra Talhada politicamente por 25 anos. Filha de Joaquim Godoy e Yaya Monteiro Diniz, dona Socorro Godoy tem por irmão o falecido ex-prefeito Moacyr Godoy Diniz, ambos sobrinhos do ex-deputado estadual Methódio Godoy, do ex-prefeito Cornélio Soares, do ex-vereador Osvaldo Godoy Lima e de dona Maria Bené (esposa do ex-prefeito José Bené de Carvalho). É ainda dona Socorro Godoy, mãe de Luciano, prima legitima do Dr. Tibúrcio Soares (ex-deputado estadual pelo Ceara), de Luis Soares Diniz (industrial e ex-prefeito de Salgueiro), do Dr. Antônio de Carvalho Soares (ex-delegado e ex-candidato a deputado estadual), de Afrânio Godoy (ex-deputado estadual), de Ribeiro Godoy (ex-deputado estadual), de Mauro Godoy (ex-vereador de Caruaru), de Carlos Nogueira Godoy (ex-vereador de Serra Talhada) e de Ana Lúcia (esposa do ex-deputado João Falcão Ferraz), além é claro, de seu pai Joaquim Godoy ser primo legitimo do ex-governador Agamenon Magalhães, o que faz de dona Socorro Godoy uma sobrinha e prima de ex-deputados e sobrinha e mãe de prefeitos serra-talhadenses. Por isso tudo, Luciano começou a militância ainda adolescente acompanhado as campanhas eleitorais dos parentes. Muito jovem, em plena ditadura militar, Luciano Duque entrou no partido de oposição MDB, aos 18 anos, sob influencia de parte de sua família Godoy que militava nesse partido em contraponto de outra parte da família que militava na ARENA II, partido governista na ditadura. Nessa época, em 1978, foi cogitado pelo presidente do MDB municipal, Tadeu Belfort, e os poucos militantes do partido, o lançamento de um candidato competitivo para aproveitar a carona na boa votação que o senador Marcos Freire obteve na eleição de 1974. Entre diversos nomes cogitados – Antônio Peixoto, Onquinha Novaes, Givaldo Andrada, Dr. Zé Alves de Carvalho, etc – o escolhido foi o do Sr. Ivanildo Melo, que foi candidato pelo MDB na eleição municipal de 1978, sendo derrotado por Hildo Pereira de Menezes, da ARENA I e II. Com a abertura política e a chegada em Pernambuco do ex-governador Miguel Arraes de Alencar, o nanico MDB passou a ser disputado por diversos jovens que hoje tem intensa vida partidária no município. O partido, então, foi dividido em várias correntes partidárias e Luciano Duque optou pela corrente dos autênticos, mais ligada ao senador Marcos Freire e ao deputado federal Jarbas Vasconcelos. Sem consenso, na eleição geral de 1982, o PMDB (nova denominação do partido) foi derrotado pelo PDS (de partidários da ARENA I). Vitorioso como deputado federal mais votado em Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar começou a andar pelo interior do Estado para unir o partido em torno de seu nome para a eleição de 1986. Para isso, filiou varias lideranças políticas para tornar o PMDB um partido mais expressivo no interior, já que na região metropolitana o partido era majoritário. Nessa época entraram no PMDB diversos pré-candidatos que depois fizeram parte de nossa historia política. Essa militância do PMDB votou, em parte, para deputado estadual em Fernando Pessoa e para federal em Luis de Barros Freire e Gonzaga Patriota. Para senador votaram em Mansueto de Lavor e Antônio Farias, além, de Miguel Arraes de Alencar, que se elegeu governador. O governador eleito Miguel Arraes e o ex-senador Marcos Freire lançaram o deputado Marcus Cunha (PMDB) candidato a prefeito de Recife (PE) o que de pronto desgostou Jarbas Vasconcelos que saiu do partido e entrou no PSB, fazendo os jarbistas serra-talhadenses acompanhar o deputado. Nesse momento, Luciano Duque, acompanhou Arraes e Marcos Freire e ficou no partido. Nas proximidades do pleito municipal de 1988, o PMDB municipal se dividiu entre o Dr. Nena Magalhães, ex-diretor do HOSPAM, e Luciano Duque, na época um rapaz solteiro com 28 anos. Derrotado na conversão municipal do partido, Dr. Nena saiu candidato por outra legenda, o nanico PMN, deixando o partido bastante desfalcado, mas livre para escolher Luciano candidato a prefeito de Serra Talhada. Apoiado pelo governador Arraes, Luciano não conseguiu êxito na campanha eleitoral. Com apenas 3,8 mil votos, Luciano Duque amargou a 4º colocação, atrás do ex-aliado Dr. Nena (4,1 mil), Nildo Pereira de Menezes (5,4 mil) e o vencedor Dr. Ferdinando Feitosa (9 mil votos). Nessa eleição, o vice de Luciano era o seu parente José Alves da Silveira, o Zé Nau (PDC), e contaram com o apoio dos candidatos a vereadores Dona Mocinha (tia de Luciano), César Brandão (genro do ex-vereador Luiz Andrelino), Antônio Peixoto (primo de dona Socorro Godoy), Helio Ferraz (ex-diretor da Ciretran), Chico Mourato (ex-presidente da CDL), Jorge Apolônio Martins (filho do tabelião João Martins), Galdino Freire da Silva, Tota Alves Nogueira, Luiz Pereira Lins, Raimundo Teotônio, Arthur Leão Brasil, Antonio Ferreira Sobrinho, Jesus Alves Ferreira (da Lotérica Tri-Campeões), Osrivaldo Torres de Carvalho (Pilão, filho do ex-prefeito Tutu), Paulo Fernando de Melo Lima (o único vereador eleito na coligação) e outros. Com a morte do ministro Marcos Freire, o PMDB estadual ficou dividido entre o prefeito recifense Jarbas Vasconcelos e o governador Miguel Arraes. Desgostoso com o partido no inicio de 1990, o governador saiu do PMDB e foi para o nanico PSB, porém, Luciano Duque não o acompanhou ficando ele no PMDB. Foi, talvez, seu maior erro político. Candidato a deputado federal, Miguel Arraes, foi eleito com consagrada votação, puxando pelo coeficiente eleitoral outros 5 candidatos – Sergio Guerra, Luiz Piauhylino, Renildo Calheiros, Álvaro Ribeiro e Roberto França – sendo esses 2 últimos com votação inferior ao obtido por Luciano quando candidato a prefeito em 1988. Com certeza se tivesse saindo candidato pelo PSB teria sido eleito deputado federal tranquilamente. Na eleição municipal seguinte, em 1992, o PMDB votou em parte no candidato da oposição Augusto César de Carvalho (PDT) elegendo três vereadores, João Nunes de Barros (João Bacurim), Didácio Alves Ferraz Nogueira (na época sogro de Luciano) e Melania Nunes de Sousa (Dona Mocinha, tia de Luciano). Sem prestigio na administração, alguns partidários do PMDB romperam com o prefeito Augusto César. Chegada à eleição estadual de 1994, Arraes foi novamente candidato ao governo, obtendo o apoio de boa parte do PMDB que entrou no PSB. Eleito, Arraes não deu o apoio que os partidários esperavam. O PSB na época era formado por Luciano Duque, João Bacurim, Dr. Ilo Melo, Dr. João Cosme de Magalhães, Dona Mocinha, Gerôncio do IPA, Antônio de Antenor, Paulo Melo, Gildo Pereira, Jarbas de Dãozinho, Cuca de Caiçarinha, Dadá de João Damião, Dr. Marcos César de Carvalho, Manoel Enfermeiro e muitos outros que lançaram o Dr. Nena Magalhães, candidato com o apoio do governador na eleição municipal de 1996. Nessa eleição foi eleito o ex-deputado Tião Oliveira (PFL) que tinha na época por vice Didácio Alves Ferraz Nogueira, sogro de Luciano, saindo eles vitoriosos contra Dr. Geni Pereira (PDT) e Dr. Nena Magalhães (PSB). Em 1998, o governador Miguel Arraes (PSB) foi candidato à reeleição contra Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Carlos Wilson (PSDB). Nesse ano, João Duque Filho, o Duquinho, irmão de Luciano, foi candidato a deputado estadual pelo PSB de Arraes, obtendo em Serra Talhada cerca de 3,4 mil votos. Frustrados com o PSB, os irmãos Duque voltaram para o PMDB, onde em uma habilidosa estratégia política, Duquinho foi candidato à vice na chapa do Dr. Geni Pereira (PSDB), apoiado pelo grupo do deputado Augusto César, que derrotou o Dr. Carlos Evandro (PSDC), apoiado por Argemiro Pereira, Tião e Inocêncio Oliveira. Com o irmão vice-prefeito, Luciano Duque foi indicado secretário municipal e presidente do PMDB local. Contrario a candidatura de Humberto Costa (PT), Luciano foi escolhido coordenador da campanha regional a reeleição do governador Jarbas Vasconcelos, se aproximando consequentemente da União Por Pernambuco, que tinha no deputado federal Inocêncio Oliveira (PFL) a maior liderança na região. Chegada à eleição, em 2002, Luciano Duque votou com Cadoca Pereira (PMDB) para deputado federal que tirou 1,4 mil votos em Serra Talhada. Cacifado como valioso cabo-eleitoral e rompido com o prefeito Geni Pereira, Luciano Duque compôs um apoio à candidatura a prefeito do Dr. Carlos Evandro (PFL), na eleição municipal de 2004, ficando ele – Luciano – como candidato a vice-prefeito, vencendo eles o prefeito Geni Pereira por pequena margem de votos. O PMDB, partido de Luciano, não elegeu nenhum vereador nessa eleição. Com o apoio do governador Jarbas Vasconcelos, dos deputados Inocêncio Oliveira e Sebastião Oliveira, o prefeito Carlos Evandro realizou uma ótima administração, porém, por não ser o escolhido como sucessor de Jarbas em 2006, o deputado Inocêncio Oliveira (PL) rompeu com este e apoiou o deputado Eduardo Campos (PSB) ao governo. O prefeito Carlos Evandro, então, decidiu em ficar mesmo com o candidato escolhido pelo governador à sucessão, no caso o vice Mendonça Filho (PFL), ficando Luciano Duque ao lado do prefeito, mas votando em Inocêncio e Sebastião Oliveira para deputados federal e estadual. Candidato à reeleição, a chapa Carlos Evandro-Luciano Duque derrotou os adversários Geni Pereira-Marcos César ficando eles mais 4 anos no poder. Ótimos articuladores eleitorais, Carlos Evandro e Luciano Duque, junto com seus partidários, foram requisitados mais uma vez para coordenar a campanha a deputado de Inocêncio e Sebastião Oliveira, fazendo deles majoritários no município. Esperando ele ser o ungido pelo grupo político do deputado federal Inocêncio Oliveira, o vice-prefeito Luciano Duque saiu depois de cerca de 30 anos, com interrupções, do PMDB para ir para o Partido da República (PR), porém, o deputado estadual Sebastião Oliveira, filho de um primo de Inocêncio, se lançou pré-candidato pelo mesmo partido. Vendo que não teria espaço para sair candidato a prefeito na eleição de 2012 pelo PR, Luciano Duque se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT), sendo candidato por esse partido contando com o apoio do prefeito Carlos Evandro e do deputado Manoel dos Santos (PT). Depois de uma disputa histórica e acirrada, Luciano Duque venceu Sebastião Oliveira e tornou-se nosso 41º prefeito de Serra Talhada. Daquela escola politica do antigo MDB, na década de 70, Luciano Duque foi o politico de maior expressão.
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