Por: José de Paiva Netto Você não é obrigado a acreditar na sobrevivência dos Espíritos.
Os mortos não morrem
A morte é um boato, conseqüentemente os mortos não morrem, incluídos os irmãos ateus materialistas. Diminuir a relevância desse fato, que atinge de forma inexorável os Seres Humanos, seria negar a realidade. Você não é obrigado a acreditar na sobrevivência dos Espíritos, nem que possam dirigir-se às criaturas terrestres, quando por permissão divina. Contudo, sua descrença não significa que eles não existam ou estejam condenados à mudez. Diz Jesus, no Seu Evangelho, segundo Marcos, 12:27: “Deus é Deus de vivos, não de mortos. Como não credes nisto, andais muito enganados”. (...) Guardemos dos que partiram uma lembrança esclarecida, como no conselho de Ralph Chaplin (1887-1961): “Não lamente os mortos... Lamente a multidão, a multidão apática, os covardes e submissos, que vêem a grande angústia e as iniqüidades do mundo sem se atreverem a falar”. Os mortos, hoje, somos nós amanhã. Condenando-os ao “desaparecimento”, por força de nossa descrença ou medo de enfrentar a Verdade, poderemos “decretar” o mesmo destino para toda a gente, atrasando sua evolução, até que, com maior esforço, se descubra que o grande equívoco da Humanidade é ainda crer que a morte seja o término de tudo. Razão por que lhes trago, de Alziro Zarur (1914-1979), o ilustrativo e confortador Poema do Imortalista:
“Dois de novembro é um dia, na verdade,/ Rico em lições para quem sabe ver:/ A maior ilusão é a realidade,/ Já ensinava o excelente Paul Gibier. “Os vivos (pseudovivos) levam flores/ E lágrimas aos mortos (pseudomortos);/ E os mortos se comovem ante as dores/ Dos vivos a trilhar caminhos tortos. “Legítimos defuntos, na ignorância/ Desses espirituais, magnos assuntos,/ Parece que inda estão em plena infância,/ E vão homenagear falsos defuntos. “Não é preciso ser muito sagaz/ Para sentir que a vida tem seus portos:/ Um dia, o Cristo disse a um bom rapaz/ ‘Que os mortos enterrassem os seus mortos’. “Amigos, por favor, não suponhais/ Que a morte seja o fim de nossa vida;/ A vida continua, não jungida/ Aos círculos das rotas celestiais. “Os mortos não estão aí, cativos/ Nos túmulos que tendes ante vós:/ Os finados, agora, são os vivos;/ Finados, mais ou menos, somos nós”.
A morte não interrompe a Vida. Na Terra ou no Céu da Terra, persistimos em trilhar a existência perene. Mas um esclarecimento se faz necessário: essa consciência de eternidade jamais pode ser vista como justificativa ao suicídio, que é uma ofensa ao Criador e à própria criatura. Aos que descrêem: concedam-se o cientificamente consagrado direito à dúvida. E se a vida não cessa com a morte, hein?
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. É Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade.
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